terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ensaio sobre a bagunça


Na tentativa de organizar o meu guardarroupa, a verdade é que me vi frustrada pela total falta de coragem para fazê-lo. Acontece que separar peças que tenham um caráter diferente a cada dia requer um certo zelo, um cuidado mesmo, pra que eu possa me encontrar com o que imagino e lembrar do que possuo, ainda que a "bagagem" não seja das mais extensas.

Dar-me conta de que deixar as coisas em ordem não faz parte da minha personalidade, me ajuda a perceber que vou amontoando não só as roupas num armário e os sapatos noutro, um pressentimento me avisa que eu faço o mesmo com as palavras que aprendo... eu acabo sem saber onde e como as armazeno. Retornar ao compromisso de escrever neste espaço é lidar com palavras dentro de gavetas, ensacadas dentro de uma cômoda e encaixotadas no maleiro. Eu gostaria de poder usar/escrever tudo o que reuní na altura destes vinte e alguns anos, eu tenho me deixado levar pelo impulso de colocar para tomar sol apenas as que estão próximas das minhas vistas, vítimas da minha desordem.

Não se trata de um discurso para desvelar imperfeições, mas talvez com a finalidade de chamar a minha própria atenção para questões que de tão subjetivas anseiam por objetividade. Eu não sei ser prática, ou melhor, quando o faço sinto que estou calculando cada passo... exercitando essa postura, treinando esse jeitinho que certas vezes cai muito bem. Não dá pra viver na bagunça, na prolixidade e no escuro o tempo todo. Eu preciso arrumar o que demanda arrumação, eu preciso saber por onde andam as palavras que aprendo, eu preciso aprender a me dar conta se esqueço rapidamente o que aprendo ou se o que aprendo/visto/calço nunca me parece suficiente. Enquanto isso, eu sigo ensaiando...




Blusa: Malagueta (usurpada da Tia Anete por tempo indeterminado)
Shorts: Colméia
Bolsa: SENHORITA
Sneakers/Tênis: Cravo e Canela
Pulseiras: Vitória Bijoux

Bjokas de divagações!

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