sexta-feira, 24 de maio de 2013

De ontem que poderia ter sido de hoje



Dentro do exercício de recriar imagens com as roupas que dispomos, acordar com desejo de simplicidade e praticidade faz parte. O uso das peças que nos fazem pensar rápido, do tipo 'calça jeans - camisa branca', vez por outra podem nos levar a enxergar que também há estilo nessa 'falta de esforço/tempo/saco pra se produzir. Acontece.

Um autorretrato das nossas preferências nos ajuda a acompanhar e simbolizar o que as roupas podem fazer ao nosso favor, como ferramenta funcional mesmo. Afinal, a moda tem na sua nuance uma capacidade clara de expressar ideias e sentimentos. Eu gosto muito dessa coisa de perceber significado no look comum que respinga na vida real e traduz o que de fato eu fui fazer vestida assim: Trabalhar! 


Livro-love do momento

"Pensar é elegante, ter conhecimento é elegante, ler é elegante, e essa elegância deveria estar ao alcance de qualquer pessoa."
(Martha Medeiros, Feliz por nada, p. 150)

Camisa: sob medida
Calça TNT
Sandália: Vizzano
Colar: Vitória Bijoux
Bolsa: Senhorita bolsas e acessórios de tecido

Bjokas de cansaço e desejo de descanso!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Just Push Play


Apesar de estar num desencontro com as palavras nos últimos dias, hoje fui obrigada a sentar de frente pra um provável futuro e argumentar. Entre substantivos e adjetivos; uma ampulheta me avisando que o tempo tá correndo e uma contagem regressiva para que um ciclo se feche... eu fingi que nada tá acontecendo e me cerquei de música pra dramatizar essa agonia. Como diz uma amiga, tem dias em que a única alternativa pra sair ilesa dos próprios pensamentos é fingir que você é personagem de videoclipe. 

Sabe o que é ouvir música vivendo a música? Sabe quando você quer alguma coisa que faça mais barulho do que todos os ruídos que te incomodam na cabeça? Hashtagmeabraça hashtagtêpêême

E só pra zoada ficar maior, eu saí de um jeito e quando voltei pra casa a vontade que deu foi de ter saído de outro. Porque ser bipolar é fácil, é mole, é lindo...

* Eu ando muito agoniada pra me dedicar à maquiagens, tá ladies? Continuo tendo amor ao poder delas... Mais dia menos dia eu me apresento de cara pintada. I promise!

Eu fui assim...





... Mas depois queria ter ido desse jeito:







Minhas Faixas preferidas do CD...
- Beyond Beautiful (Amo!!!)
- Just Push Play
- Luv Lies
- Light Inside

Tshirt: Riachuelo
Saia: Minha Mama quem fez... me gritando, falando que odeia arriscar fazer roupa, mas fez. Te amo, Mami!
Acessórios Look 1: Vitória Bijoux
Sandália Look 1: Liberte
Bolsa Look 1: Senhorita Bolsas e Acessórios de Tecido
Acessórios Look 2: Atrevida
Bolsa Look 2: Lidi Rodrigues
Sapato Look 2: Via Mia

Bjokas Aerosmithicas!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Badulaques



Há tanto o que fazer ultimamente
que se eu me recusasse a escrever mentalmente
cada coisa que implora por um fim
talvez, muito talvez, eu não estivesse cercada de dilemas assim, enfim.
Decoro as inspirações, me divido em milhões
passeio por tantos mundos, metade falantes, metade mudos
agora confusos, clamando por resultados
quando tudo o que espero depende do hoje, do amanhã... e já me esqueci do ontem
porque ele não traz outra chance.
Me amparo em badulaques
me congelo numa foto
crio e recrio esse eu do espelho
enquanto as interrogações continuam de mãos vazias
esperando por mim, torcendo para eu não me atrasar.
Numa mente que deu branco, antes que cheguem palavras vestidas de preto
permita que eu arrume o espaço com flores primeiro.






Blusa: Stone Soup
Calça: Leader
Sandália: que nem deu pra ver e eu esqueci de fotografar (na pressa) era uma rasteirinha simples, preta da Vizzano.
Bracelete: Atrevida
Pulseiras: Atrevida, Penduricalho e a marronzinha de miçangas eu mesma fiz.
Colar: Pinkbiju
Corrente com pingente pirâmide: A peruana.
Anéis: Vitória Bijoux.
Bolsa: Senhorita bolsas e acessórios de tecido.
Brinco: um desapego da minha tia que virou fruto do meu apego! Rs!

Bjokas entre flores!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A quem será que se destina?

Digam, Cheese!

Escrever um ensaio sobre o blog enquanto disseminador de uma moda que eu elaboro dia após dia não é tarefa das mais simples. Ou melhor, demarcar a escolha de um público-alvo, no meu caso, é delicado porque as minhas escolhas vestuárias estão muito mais ligadas aos meus momentos e não necessariamente a segmentação rigorosa de um único estilo.

Nesta direção, convivo com pessoas fiéis ao estilo clássico, romântico, rocker, boho, girly, básico, sexy, moderno, entre tantos outros que para traduzir a minha identidade, admito, eu me proponho a ser um pouco de cada coisa por acreditar que esse "passeio" promove uma autorrealização que nada mais é senão consequência da minha simpatia por mudanças.

Trata-se de uma busca firmada na construção de um individualismo, posto que somos personagens atuantes num mundo e que com o passar do tempo, temos o compromisso de nos reconhecermos diante da coletividade. No entanto, pensando nas perspectivas da moda atual, muito se fala sobre personalidade, mas também critica-se em demasia as escolhas do outro quando há espaço para infindáveis variações. Segundo Carol Machado (amiga e autora de crônicas sensíveis e bem humoradas que estão sempre 'falando por mim'), "(...) é tão mágico ver o que cada um pode  fazer com o 'tanto' que a vida lhe proporcionou. (...) Essa necessidade em padronizar tudo em 'certo' e 'errado' acaba com qualquer possibilidade de harmonia". Pense nisso!

A diversidade no campo da moda é resultado de uma quantidade infreável de informações visuais que nos bombardeiam todos os dias. Essas imagens originam tantas outras imagens que me parece impossível ter um gosto ou um pensamento unilateral. Para Lipovetsky (The Empire of Fashion, 1994, p.149), "por nos preparar para conviver com mudanças constantes, a moda se torna um guia para a vida". Estamos expostos ao efêmero e atuamos numa modernidade de "idas e vindas". Convencionalmente, a máxima é que precisamos estar vestidos, pois bem, façamos dessa dinâmica um palco de apresentações com características diferentes, que aceita o diferente e que aprende com toda e qualquer novidade que se mostre como soma.

Eu posso até te aconselhar sobre tendências, combinações e referências, mas tenho que automaticamente deixar claro que cada conselho parte do meu próprio conceito do 'belo', resultado da minha definição estética que é por sua vez, produto das minhas experiências. A difusão da moda nos leva à diversidade, não vale à pena fechar os olhos pra isso - é mais divertido conviver com isso.


Layout pra uma amiga que pediu dica de como usar camisa xadrez numa pegada mais "arrumadinha". #EikePerua #EikeMadame #EikeHeleninhaUrbana


Pink Think about it!


Camisa: Colméia
Calça: Leader
Bolsa: Lidi Rodrigues
Sandália: Lança Perfume
Pulseiras: A de oncinha foi da Atrevida, a de pérola com Crucifixo ganhei de presente.
Cinto: Vitória Bijoux

Bjokas de dia chuvoso!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Suave e Frenética

Porque eu sou Helena Gabrielle eu não sou bagunça. Palavra tem que ficar organizada, meu amô!

Foto granulada, caramelizada com flocos crocantes e ISO de 6400 porque tá de noite.

Não é nada cientificamente comprovado, mas quem nasce sob o signo de Áries está propenso a acompanhar o Horóscopo até mesmo quando decide fugir dele. Ok, conclusões minhas. Baseada em sandices próprias e  numa mania desenfreada de procurar algo por escrito que me faça frear quando tudo conspira para que a vida me leve numa velocidade máxima. 

Deve ficar estampado em algum lugar da minha alma que eu acabei construindo um cartão de visitas humano que desvela o meu franco entusiasmo para as coisas que me encantam e que hoje mais do que ontem, aprendi a lidar com as imposições irrevogáveis da vida, ainda que diversas vezes eu trave uma batalha corporal com ela - com direito às máscaras do teatro de comédia e drama.

De onde vem esse ímpeto pra viver a intensidade de cada momento? Não me faça perguntas difíceis. Mas como me acostumei a não deixar lacunas nas pautas interrogativas, pois bem... atribuo então ao fato de ter nascido Áries. Eu sou a pressa e o atraso ao mesmo tempo e acredito ter sido vítima dessa confusão geniosa e genial desde quando estava protegida no ventre da pessoa que mais me entende, que mais me estimula que mais me sente.

Na minha prateleira de pretensões, é certo encontrar em algum lugar o desejo de que todos saibam Hey, pessoas! Beleza? Tudo certo? Eu só queria dizer pra vocês que eu sou de Áries! Isso não me faz melhor ou pior... Isso só me faz olhar pra vida querendo ser caprichosa, idealista, observadora e perceptiva. Não que eu queria propagar uma universalização da raça ariana, até porque além de adorar conviver com os meus semelhantes do mês de março e abril, me vejo aprisionada à necessidade de capricornianos, librianos,  taurinos, leoninos, piscianos...inos... anos.

Uma pausa... Arianos de meu Zeus, se tiverem receitas com medidas exatas para impulsividade, tato com diplomacia e paciência, inconsequência e egoísmo, favor mandar por email ou deixar o livro de receitas na portaria. Talvez vocês também estejam procurando ingredientes que controlem isso, mas pensando bem, eu não conseguiria viver sem o meu revés, até porque se você for de Áries vai saber que se um dia tudo o que você fez pareceu errado, no outro parece que a cadeia de acontecimentos serviram pra te dar sorte. A gente adora dançar na beira do precipício, a gente busca incessantemente o inatingível e a gente veste essa verdade com tanta certeza que eu queria - não só de brincadeira - tatuar no meu corpo essa identidade que faz de mim suave e frenética.

Nesta latejante exposição, já estabeleci de imediato que ninguém poderá me acusar de não ter dito antes do meio do caminho que eu sou de Áries. Pronto!



Não é porque eu passo o dia inteiro "falando com a mão" no Whatsapp que eu sou viciada, né? Por favor...

"Já que não posso ser obra de arte no corpo, que seja obra de arte na alma"
(Fernando Pessoa - que era de Leão, mas criou o Alberto Caeiro que ops... "nascido em 16 de abril"... era de Áries. Tá, parei.)

Vestido: Hering
Sandália: Liberte
Bolsa: Senhorita bolsas e acessórios de tecido
Colar de franjas: feito por mim, terapeuticamente falando.

Bjokas de abstrações astrológicas! Muah!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Eu comigo, você consigo



Não existe uma fórmula baseada em fatos reais que ajude o mês de Maio a percorrer a sua trajetória de uma forma mais rápida, mas nas minhas divagações eu posso pintar o calendário em tons apressados. Um X em cima de cada dia da semana, o medo da quantidade de pautas verticalizando-se na escrivaninha e um ponto de fuga digital pra desmembrar palavras acumuladas - desabafar um peito angustiado com tantas atividades e a certeza de que a falta delas também me faria surtar. Vai entender...

Eu tenho precisado ter um papo sério comigo porque nós duas precisamos entrar num acordo. Existe um eu, um meu interior que se cobra demais e um eu exterior que se aborrece pelo excesso de exigências a que é submetida pelo simples fato de querer sempre mais, aliás MAIS em letras garrafais. Uma dessas duas personalidades precisa se decidir sobre o momento correto de ouvir música porque parte de mim mantém uma placa de "Não Perturbe" na porta de um universo paralelo, desfocado e um tanto confuso - clamando por silêncio.

Um novo parágrafo, uma nova chance pra manter a respiração controlada, conformada com a paisagem nublada, ansiosa por novos cenários, persistente em busca de resultados que precisam até mesmo do ócio para multiplicar os desejos por fabricar ideias.

E quando a vida te pedir um pouco mais de poesia? O livro perfeito pode estar na estante da sua vizinha, nas folhas impressas há tempos, nos versos escritos por alguém que pensou em você sem nem saber o nome que você assinou no RG. Na pressa de pensar, acaba-se escrevendo rimas em prosa e firma-se um combinado entre um mim e um eu que acabaram de ficar frente a frente, sem muita maquiagem, sem muitos rodeios, sem tantas tensões. A gente não sabe ao certo como serão os ventos que levarão Maio daqui, mas algo me induz a pensar que em breve irei mal dizer do mês de Junho, já que o que importa mesmo é reclamar, segundo a conversa que eu acabei de ter comigo e nós duas admitimos isso com a cara mais "lavada" desse mundo.


Eu já havia pintado as unhas com esse esmalte tempos atrás, mas hoje eu caí de amores por ele como se fosse a primeira vez! A gente tá vivendo um romance lindo...

O SEMELHANTE, livro de poesias de Elisa Lucinda - meu GPS do mês de maio. #UltraRecomendo

"...mês de maio.
Ensaio:
Nesse dia vou querer a vida com pressa
menos intervalo entre uma frase e outra
menos res - piração entre um fato e outro
menos intervalos entre um pulso e outro
Sem essa fartura de vírgulas entre um verso e outro..."
(O Semelhante, Elisa Lucinda, p. 137)

Camisa: Renner
Calça: Leader
Sandália: Vizzano
Bolsa: Senhorita Bolsas e Acessórios de Tecido
Pulseira: ganhei de presente no Aniver.
Lenço Caveirinhas: Vitória Bijoux

Bjokas de quem acaba de apagar a luz do Divã.

Uma dose de Inspiração



Abrir as portas do armário em busca de respostas é uma atividade a que nós mulheres - recorrentemente nos dedicamos travando uma contenda solitária com diversos "pedaços de pano" que não emitem nenhum som, mas que ainda assim conseguem falar muita coisa. O silêncio das roupas é apavorante no momento em que não existe em você uma ideia imediata para sincronizar estampas, cores, modelos e tendências. Todas as peças estão tão próximas, alinhadas nos cabides, exalando um cheiro seu que de tão característico te enjoa. Ah, se a gente pudesse ter cheiro de roupa nova todos os dias e se essa cena fosse orquestrada pelo barulhinho da etiqueta retirada, informando a você que o espelho transpiraria mais confiança e que os sapatos, apesar de gastos, ganhariam uma nova versão dos tornozelos para cima.

Hoje talvez possa ser um dia para não vestir preto, não vestir jeans, não vestir renda, mas vestir Personalidade. Costuma ser uma combinação que desperta interesses. Aquele acervo no guardarroupa foi construído por você, logo, dificilmente encontraremos em número e cores idênticas as mesmas peças no closet de outra pessoa. Tá bom, pode achar que as revistas, os blogs e os personagens de filmes e novelas possuem mais estilo do que você, eu só gostaria de te lembrar, que a maioria das pessoas mais estilosas e criativas que eu conheço estão sempre ligadas à referências. 

As referências servem, em muitos casos, como um ponto de partida interessante a ser analisado pra que saibamos o que pretendemos quando compramos uma jaqueta jeans, um blazer preto ou um casaco de couro. A inspiração no histórico de experiências de cada um irá sinalizar (ainda que inconscientemente) uma paixão por "cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores". A bagagem musical, intelectual, curiosa, desbravadora, saudosista ou seja lá "o que será que será que andam suspirando" é que colabora para a identificação de preferências para colecionar vestimentas.

A julgar por mim, que encabeço esta discussão, não, eu não possuo uma característica de vestimenta fixa, eu vivo reformulando as minhas ideias, eu acordo de formas diferentes, eu me dou a chance de repensar atitudes e decisões e isso acaba refletindo nas minhas escolhas visuais sem que eu tenha tempo de ponderar. Eu transito por diversos estilos porque me sinto agitada demais para me conformar em me ver de um "jeito" só. Só e somente só aceito a entrada no meu armário - desde o final do ano passado - peças que eu consiga sincronizar com exaustão, que me provem por A + B que são versáteis e que me garantam que a nossa relação será mais de paz e amor do que de guerra.

A moda costuma desfilar comunicação quando estamos andando pelas ruas de boca fechada, de óculos escuros e com passos planejados rumo ao trabalho, aos estudos, às obrigações, enquanto cada pessoa que nos lança um olhar dialoga em silêncio processando o que lhe servirá de referência e o que ela simplesmente descarta. Portanto, descobrir e assumir o próprio estilo não se trata apenas de transpirar personalidade, mas sim, divertir-se com mais uma forma de linguagem que terá significado para aqueles dispostos a entender que os adornos escolhidos querem falar por você antes que a sua voz tenha chance de ser usada para dar um "bom dia". A roupa pode e deve ser vista como uma linguagem articulada, reflexões de Umberto Eco (1989), que me fazem brilhar os olhos - pois essa imersão bloguística de difusão da moda no século XXI só reforça a atmosfera de democratização dos significados. Vamos nos desligar de um conjunto sistemático de combinação de "verdades" na hora de se vestir e passemos a nos ligar no individualismo que de tão personal passe a ser inspirador. Acostumar-se com o cheiro das próprias roupas pode ser o início de uma dose de inspiração que nasce da sua bagagem, das suas vivências e da sua própria linguagem.


"Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final...

Alguma coisa

Está fora da ordem
Fora da nova ordem
Mundial..."
(Fora da ordem, Caetano Veloso. Álbum: Circuladô, 1991)

Blusa: Marffino
Brinco: Vitória Bijoux
Batom: Mary Kay

Bjokas de Letra e Música.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Look do dia, liberdade e voo para se vestir


Foi em pouco mais de 40 dias sem digitar uma palavra que fosse nesse blog, que eu estive confabulando com os meus botões uma maneira mais própria pra falar sobre Moda, de um modo que fosse possível esboçar a dinâmica de um  "universo" tão plural, na janela que eu escolhi pra admirar. Bendito sejam os hiatos criativos; malditos sejam os pensamentos que se estabilizam em um quadrado, fechado, arcaico, prontos para reverbalizar discursos prosaicos sobre o "certo e o errado" no cotidiano da moda.

Como eu costumo falar com os meus alunos: "Prestem atenção, porque esse aviso é importante, tá?". Na tentativa de ser quase didática sobre as pretensões deste espaço eletrônico, estabelece-se aqui uma era helenística para a expressão de opiniões próprias, a partir das coisas que eu vivo, leio, faço, uso, brinco, recomendo, rio, acredito e amo.

O Helena Letras e Looks está diretamente ligado ao exercício contínuo de me conectar com as palavras, com as imagens, com a vida que se vive offline, com as roupas que eu uso e com as quais me inspiro, com as atividades que me cercam e com uma constante relação entre Linguagem e Moda. Se é o ser humano é regido por intenções fica aqui - a partir de então - explicitada a cada tom, estampa, acessório, modelagem, outono-inverno, primavera-verão que este é um blog em que raras vezes (para não dizer nunca, advérbio deveras perigoso) aparecerão frases/textos que decretem que "isso" só pode ser usado com "aquilo" ou que mulheres que tem o corpo X jamais podem usar a peça Y.

A minha ideia estritamente pessoal sobre "Look do Dia" requer considerações sobre a subjetividade. Eu sou uma apaixonada por blogs de moda que navega por vários deles, pesquisa, curte, compartilha, faz álbuns de inspirações e que acima de tudo se entusiasma com o poder de individualidade das bloguistas ainda que exista uma tendência crítica destrutiva sobre a Moda - imitação, quando na realidade, enquanto 'fato social total' a Moda passeia entre a imitação e a diferenciação - o que você guarda dentro da caixola para que te sirva de inspiração dependerá unicamente do seu estilo.

Nesse armário que é só seu há de caber os seus pensamentos, as suas emoções, as suas preferências, os seus sentimentos e as suas imitações, sim porque não? Se você acabou comprando aquela blusa estampada porque "tá na moda" ou porque você viu por um preço imperdível um par de sapatos que te lembram aquele Louboutin que estão longe do seu alcance e pagou por eles, honestamente, não se sinta cópia do mundo, sinta-se bem. 

Acreditar no próprio estilo pressupõe um ato de afirmação, de um gesto único, uma configuração singular que parte de você e que será assistida por outros. Desde o dia em que decidi assumir uma linguagem própria para sincronizar as minhas roupas, sendo leal ao que eu gosto, criei alfabetos, sons, flexões, morfologias e sintaxes que me trazem até aqui para estabelecer uma comunicação com quem se identifica com esse idioma. Eu tô falando escrevendo pra você e se você me entende, vem cá outras vezes me ouvir ler. Eu adoro um "look do dia" porque eu me amarro na ideia de colecionar memórias.


Quando foi que eu te disse que eu não era Presepeira?

"Nessa silenciosa falação, me protege e me rege..."
(O Semelhante, Elisa Lucinda, p. 37)

Blusa: Comprei num Brechó em Cruz das Almas, minha hometown. Aham, pois é.
Short: Lança Perfume
Sandália: Vizzano
Bolsa: Senhorita bolsas e Acessórios de tecido
Óculos: Renner
Bracelete: Atrevida
Brincos: Vitória Bijoux
Batom: Mary Kay

Bjokas de Ui, que texto sério! 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Apaixonada por Palavras


Quando uma pessoa imediatista é obrigada seja lá por qual motivo a esperar, ela passa a conviver de forma mais íntima com a angústia. Entretanto, depois de um certo tempo, essa pessoa imediatista que na verdade sou eu, descobre numa manhã "nada qualquer" de Maio que todos os anos e todos os dias passados (com as horas se modificando nos relógios e as datas bailando nos calendários) atestados de comprovação para uma vida - de que existe profundidade no significado da palavra: Esforço. 

Não, não... aqui nesse envelope não existe habilitação para exercer a medicina, nem a advocacia. Belas profissões por sinal, cada uma com a sua peculiaridade e distinção - atribuidas de importâncias sociais indiscutíveis. A felicidade que hoje me torna alguém diferente nasce do simples desejo de uma criança que colocou na cabeça que seria "inteligente". Ok, o diploma na mão não atesta em absoluto que me tornei inteligente, inteligente me considero quando paro pra pensar em cada pessoa que se fez importante nas minhas trilhas, nos meus atalhos, nos dias sem bússola, nos dias sem mapa. A sabedoria de quem se formou Professora, sim, meu bem: P-R-O-F-E-S-S-O-R-A, está em olhar nos olhos dos meus avós, pais, tios, irmão, primos, namorado, amigas e ver ali um brilho incomum que de tanta luz que emana, jamais permitiu que eu enxergasse os caminhos escuros.

Não está em cheque aqui a felicidade de quem está cercada de ilusões. O conhecimento de causa sobre as chagas que cobrem a educação do Brasil me foi apresentado sem rodeios quando entrei numa sala de aula em 2007 pela primeira vez. No meu contrato dizia "Professora de Português e Redação", enquanto uma turma de 5a série olhava pra mim esperando por algo que eu extraí de um compartimento de mim que na porta, em placa dourada, dizia assim: "Apaixonada por palavras".

Em 1992 aprendi a ler e escrever, ali, na plena experiência dos meus 6 anos eu vi que na relação existente entre as letras, que por sua vez formam palavras e que através de ideias podem gerar sentidos, eu falei "Pronto!", é isso o que eu quero pra mim, é a isso que eu me determino. Declaro fechado um ciclo inesquecível na minha vida e declaro aberta a continuidade da convivência com a Linguística, com a Imagem, com a Interatividade e com a MODA, porque é a esta junção que eu passo a me dedicar a partir de agora.



Os culpados por eu ter nascido assim e crescido assim: Mommy, Vovô e Vovó!

#vraa

Pausa no momento "se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi" pra falar do look. Vocês já devem ter reparado que eu não fico muito "justificando" no blog porque eu vesti "isto" ou "aquilo". A razão para esta 'não prática' é por conta das minhas opiniões atuais sobre Moda, Estilo e Individualidade que ao longo dos próximos posts eu vou explicando pra vocês, beleza? Como hoje foi um dia atípico que me causou emoções atípicas por sua vez, eu acho importante comentar a escolha da roupa.

É meio complicado se vestir pra um evento simples que começa às 9h da manhã e que traz na plenitude do acontecimento algo que foi por você bastante aguardado, a Formatura. Eu não queria um vestido, mas eu queria algo clássico e casual ao mesmo tempo. Foi aí que eu decidi que o Jeans iria participar das cenas desse capítulo da minha vida. A camisa foi garimpada no guardarroupa da Minha Vó, óh que fofo! Uma referência vintage com o jeans e com um sapato 'meio' boneca que eu me sinto professora de revista em quadrinho do Maurício de Souza. Pra modernizar e "fashionizar" o layout, eu fechei a produção com a bolsa bafafá de veludo em animal print Senhorita e o batom efeito matte Tulip da Eudora. E fui assim...

Eu quero esse batom pra vida toda!



"Escrevo porque não tem jeito. Escrevo porque é o jeito. O meu jeito de existir."
(O Semelhante, Elisa Lucinda, p. 10)

Camisa: da minha Vó lindaaaaaaa!
Calça: Leader
Cinto: Presente da Vovó
Brincos, pulseiras, anéis: Stephanie Jóias
Sapatos: Via Mia
Bolsa: Senhorita Bolsas e Acessórios de Tecido

Bjokas de brinde, comemoração e realização!

Tema de amor


Nessa mania involuntária de começar a pensar "as coisas" a partir dos títulos, hoje me percebi uma viciada em rótulos, manchetes... TEMAS. Fiquei pensando se poderia ser uma mania qualquer, um hábito de Professora ou maluquice de quem gosta tanto de falar, escrever e ler que acaba por ter uma overdose de substantivos acionados pelos verbos no infinitivo que estão logo ali em negrito.

Nesta quarta, como Temas, me vieram: "A vida através do Inbox"; "Um dia sem uma xícara de café"; "O Dia das Mães se um dia eu for uma Mãe"; "O primeiro bocejo do dia"; "O muro das citações"; "A moda ao meu modo"... Ai, gente! Perceberam como é complicado passar o dia ocupada com as obrigações e ainda que sem querer, ficar elaborando na mente um monte de palavras arranjadas que podem me provocar reflexões, crises e agonias?

O fato que aqui se faz consumado, através desses retratos não falados é que até mesmo o espelho que te olha antes de você sair precisa de um tema. Ontem eu tava "saia longa", hoje eu tô "calça jeans" e amanhã - não sei, sei não - talvez um vestido, talvez calça de novo... vai depender do tema que o meu dia peça. Há dias em que nem mesmo com o sol implorando a gente pode vestir biquini. Feliz de quem trabalha de biquini. Mas aí eu fico pensando que de repente, a pessoa que trabalha de biquini possa desejar fervorosamente trabalhar de jaleco... vai saber.

O tema desse post poderia girar em torno do batom vermelho, da t-shirt que se transformou no acessório de moda mais festejado do momento, da bolsa carteiro Senhorita que tem aquela característica que a gente adora e que popularmente pode ser batizada de "pau para toda obra", mas enquanto escrevo, surgem inúmeros outros temas. Em linhas gerais, é melhor falar sobre o que se ama ou se apegar ao discurso sobre o que se odeia?

Abre uma gramática no capítulo de Pontuação que  vai me ver no tópico de interrogações. Longe de mim querer te viciar nesses pensamentos que me consomem por dentro... Eu só queria oferecer a possibilidade de pensar na razão que te move, que te faz passar batom, que te faz escolher a roupa X ou Y pra sair do cabide e levar com você um tema estampado na cara, revelando pra quem te olha o que está por trás do seu texto. O meu Tema é de amor.



"... Ai, relax de minha canseira
Dá-me um músculo apenas
Onde eu possa pausar minha doideira..."
(O Semelhante, Elisa Lucinda, p. 105)

T-shirt: Riachuelo
Calça: Hering
Bolsa: Senhorita Bolsas e Acessórios de Tecido
Sapatos: Dafany
Anel: de uma lojinha do centro. Comprei em Dois mil e antigamente por R$8,00 reais. Amo!
Batom: Natura Una - vermelho 51

Bjokas de quem perdeu o hábito de fotografar detalhes do look direitinho. Keep Calm, eu já já pego o jeito again!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Abril para Maio





Depois de muito ensaiar um retorno, depois de procurar algo me que servisse como termômetro pra verificar se o tempo de "repouso" já havia passado... a verdade é que atribulada a vida, adiados os divertimentos e tortuosas serão as rotinas impostas pelas obrigações.

Andei ligada no automático, me alimentando de reflexões, cercada de um mau humor provocado pelas vicissitudes e fui procurar na literatura algumas palavras que me acalmassem porque em muitos casos, no meu caso, a palavra teve esse poder de freio e ponderação.

A cada abrir de olhos que sinalizava os versos de Chico Buarque, "todo dia ela faz tudo sempre igual" com dias contados... Riscados num calendário bem velho que estava perdido dentro da carteira, mas que UFA, não foi descartado porque o seu momento de se destacar no meu dia-a-dia estava reservado para as semanas e dias passados, com caneta a postos, esperando o tirar do bocal para os dias que virão. 

No tocante a Moda, essa palavra de 2 consoantes e 2 vogais que tanto adoro, estava apenas na estante, nos livros, nos discos, nas poesias e nas revistas porque não tem sido fácil vivê-la... o tempo que me tem restado tem sido dedicado para estudá-la. Essa modalogia que me estampa em filosofias e que eu de bom grado me deixo mostrar em retratos, que me fazem escrever conclusões, suposições e divagações de quem nunca vai aguentar vestir calça jeans de segunda à sexta; de quem sempre precisa se ver diferente pra pensar novas possibilidades. Hoje eu vim do jeito que eu me gosto: boho, pulseiras, colares, e a bolsa Senhorita que ganhou o meu coração!


Bolsa Dona Mel 001 - Senhorita

Colares: Vitória Bijoux
Pulseiras: Atrevida
Saia: de uma lojinha do Centro que não lembro o nome.
Blusa: Ousa Brasil
Sandália que não deu pra ver e eu esqueci de fotografar, rs: Liberty
Bolsa: Senhorita Bolsas e Acessórios de Tecido

Bjokas de quem está (pela vigésima vez) de volta! SMACK!