sexta-feira, 10 de maio de 2013

Look do dia, liberdade e voo para se vestir


Foi em pouco mais de 40 dias sem digitar uma palavra que fosse nesse blog, que eu estive confabulando com os meus botões uma maneira mais própria pra falar sobre Moda, de um modo que fosse possível esboçar a dinâmica de um  "universo" tão plural, na janela que eu escolhi pra admirar. Bendito sejam os hiatos criativos; malditos sejam os pensamentos que se estabilizam em um quadrado, fechado, arcaico, prontos para reverbalizar discursos prosaicos sobre o "certo e o errado" no cotidiano da moda.

Como eu costumo falar com os meus alunos: "Prestem atenção, porque esse aviso é importante, tá?". Na tentativa de ser quase didática sobre as pretensões deste espaço eletrônico, estabelece-se aqui uma era helenística para a expressão de opiniões próprias, a partir das coisas que eu vivo, leio, faço, uso, brinco, recomendo, rio, acredito e amo.

O Helena Letras e Looks está diretamente ligado ao exercício contínuo de me conectar com as palavras, com as imagens, com a vida que se vive offline, com as roupas que eu uso e com as quais me inspiro, com as atividades que me cercam e com uma constante relação entre Linguagem e Moda. Se é o ser humano é regido por intenções fica aqui - a partir de então - explicitada a cada tom, estampa, acessório, modelagem, outono-inverno, primavera-verão que este é um blog em que raras vezes (para não dizer nunca, advérbio deveras perigoso) aparecerão frases/textos que decretem que "isso" só pode ser usado com "aquilo" ou que mulheres que tem o corpo X jamais podem usar a peça Y.

A minha ideia estritamente pessoal sobre "Look do Dia" requer considerações sobre a subjetividade. Eu sou uma apaixonada por blogs de moda que navega por vários deles, pesquisa, curte, compartilha, faz álbuns de inspirações e que acima de tudo se entusiasma com o poder de individualidade das bloguistas ainda que exista uma tendência crítica destrutiva sobre a Moda - imitação, quando na realidade, enquanto 'fato social total' a Moda passeia entre a imitação e a diferenciação - o que você guarda dentro da caixola para que te sirva de inspiração dependerá unicamente do seu estilo.

Nesse armário que é só seu há de caber os seus pensamentos, as suas emoções, as suas preferências, os seus sentimentos e as suas imitações, sim porque não? Se você acabou comprando aquela blusa estampada porque "tá na moda" ou porque você viu por um preço imperdível um par de sapatos que te lembram aquele Louboutin que estão longe do seu alcance e pagou por eles, honestamente, não se sinta cópia do mundo, sinta-se bem. 

Acreditar no próprio estilo pressupõe um ato de afirmação, de um gesto único, uma configuração singular que parte de você e que será assistida por outros. Desde o dia em que decidi assumir uma linguagem própria para sincronizar as minhas roupas, sendo leal ao que eu gosto, criei alfabetos, sons, flexões, morfologias e sintaxes que me trazem até aqui para estabelecer uma comunicação com quem se identifica com esse idioma. Eu tô falando escrevendo pra você e se você me entende, vem cá outras vezes me ouvir ler. Eu adoro um "look do dia" porque eu me amarro na ideia de colecionar memórias.


Quando foi que eu te disse que eu não era Presepeira?

"Nessa silenciosa falação, me protege e me rege..."
(O Semelhante, Elisa Lucinda, p. 37)

Blusa: Comprei num Brechó em Cruz das Almas, minha hometown. Aham, pois é.
Short: Lança Perfume
Sandália: Vizzano
Bolsa: Senhorita bolsas e Acessórios de tecido
Óculos: Renner
Bracelete: Atrevida
Brincos: Vitória Bijoux
Batom: Mary Kay

Bjokas de Ui, que texto sério! 

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