quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sobre crochê e família



É claro que na família de cada um de nós há de existir alguém com habilidades artesanais aguçadas - eu só confesso desde já que eu não sou esta pessoa... mas eu sou filha desta pessoa, eu sou neta desta pessoa, eu sou sobrinha desta pessoa, eu sou sobrinha neta desta pessoa, eu só não sou, definitivamente, esta pessoa.

De tanto ser a mão desprovida de talentos, de repente tento ser a lente de aumento dessa família que me deram e que eu de bom grado me aproveito, flutuante entre os dotes e amante das maravilhas que me são presenteadas.

Condenada ao verbo amar, entretida nos versos dos laços e artesanatos produzidos pela minha parte Souza, coube a mim dar movimento à trama e contar o conto aumentando um ponto. Meu coração até que tentou imitar essa arte de dar forma para as coisas usando agulha e linha, no entanto, na minha cabeça, eu nunca chegaria perto da originalidade de falar através das mãos. Sigo como quem se conforma com a beleza dos nós do Crochê, na esperança de sempre recordar o afeto que transborda em todas nós. Hoje como blusa, amanhã como saia, quem sabe... Só peço que não me demitam da função que foi a mim confiada.



"O luxo se dá no detalhe, nas particularidades, diagnosticada por poucos, o luxo se dá no design, na sofisticação tecnológica, na hipermobilidade e na individualização."
(O Novo Luxo, Kastilho e Villaça, p. 1)

Blusa (que na verdade é Saia) de Crochê: feita pela minha Tia-Avó
Jaqueta: Leader
Shorts: Hering
Bolsa Senhoritta
Tênis: Cravo e Canela
Mix de Pulseiras: algumas feitas por mim, outras da Vitória Bijoux
Colar: ganhei de presente

Bjokas de amor e zelo!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Vela leva a seta



Em dias de apagão haveremos de ouvir com mais prazer os ruídos das ideias (interrogação/exclamação). Como quem não encontra organização na própria cabeça, os dias se repetem confusos e nada parece caber nas prateleiras... nem discos, nem livros, nem mesmo no mural conseguem se fixar os lembretes - restando a mim os rabiscos em mais uma caderneta das outras tantas que se espalham pelo meu quarto.

Como quem precisa de antemão decidir ir de calça ou não, hoje eu me atrasei por subestimar as horas e por desprezar sabe-se lá por qual motivo, a turbulência do mundo e o sentido dos seus compromissos. Distraída de propósito numa vida que anda fazendo curvas me aventurei entre listras só pra ter noção do que seja andar em posse de linhas retas.



Souvenir que ganhei de um amigo! <3




"Coitado do meu quarto!
Não consegue mais dormir
Vive entretido na imagem..."
(Trecho de Star Fix por Elisa Lucinda)

T-shirt: C&a
Calça: Valente
Bolsa: Senhoritta
Sapatos: Via Mia
Batom matte: Vinho 50 Natura Una

Bjokas de velas acesas e apagadas!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Isto não é um look do dia

Soletre corretamente a palavra: Presepeira.


O look da terça foi na verdade o look da sexta que por conta de tanta coisa pra fazer/estudar/resolver só consegui postar hoje. Numa blusa branca apelidada de "uso, lavo, enxuga eu visto", mais uma vez a rua me viu partir pra uma aula que tem tirado o meu sono e pelo que eu já vi não terei por muito tempo "Sossego" - essa sorte é do Tim Maia por agora.

Em tempos de resgate do brilho eterno das peças que deixei sem lembranças, o descanso que dei pra essa saia acabou sendo maior do que eu achava que seria capaz. Saias longas me trazem uma sensação de conforto e feminilidade ao mesmo tempo, tanto, que eu me vejo condenada ao soneto de fidelidade que se estabelece entre nós duas.





"Das coisas mais lindas
que vejo nesta vida
incluo o oceano rei
chamado cotidiano..."
(Trecho de Paulo José por Elisa Lucinda)

Blusa: sob medida
Saia: de uma lojinha no centro da cidade
Bolsa: Senhoritta
Sandália: Vizzano
Colar: PinkBijú
Anel: Tenho desde o ano 2000, esse querido. Não lembro onde adquiri, só sei que encontrei perdido entre as minhas coisas em Cruz, dei um grito e trouxe de volta pro meu aconchego.

Bjokas de vem nim mim Dodge Ram Foucault!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Preto, fala pra mim. Fala o que você sente por mim.


Eu ando sendo tão convidada a pensar e desconstruir "verdades" nos últimos dias que com uma mente em turbulência, fica complicado parar de "voar" bruscamente... Eu preferi saltar de paraquedas do avião pra observar a imensidão das coisas sozinha, flutuando, devagar e filosofando com os meus botões.

Se a inspiração nasce da Percepção, hoje eu precisei de menos cores no meu espelho pra que o acúmulo de ideias e de imagens que já estão ao nosso redor não tornem mais desorganizados os meus pensamentos. E se pra onde eu for, a minha memória me acompanha, nesta quinta-feira eu estive com os devaneios passeando pelo escuro, encontrando uns pontos de luz aqui e ali. Já que não há como materializar o que a minha memória grita, que se estampe na roupa que hoje a minha cabeça não "deu branco".






"...Faça com que a perda do caminho
seja a verdadeira trilha..."
(Trecho de O Carteiro Riu - Elisa Lucinda)

Blusa: Colméia
Camisa: Colméia
Legging: foi de uma lojinha no Centro, não lembro o nome, gentchy.
Flats: Vizzano
Mix de Pulseiras: Mercado de Arte e Vitória Bijoux
Bolsa: Senhoritta
Brincos: Santa Peça

Bjokas Filosofais!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Café com Blogagem



Nessa de acordar e me arrumar mais cedo pra conseguir fotografar pro blog, tenho que me especializar pra evitar a agonia que nasce da pressa. Na realidade, eu já nem sei como é viver sem estar "atrasada" ou "em cima do horário". Um café bem rápido na xícara da Mami que eu raptei e amo, jeans, blusa branca e tênis pra trilhar entre documentos, grade curricular e matrícula.

Aproveitando os encantos do verbo "Vestir", passei alguns meses diminuindo cores e estampas do armário sem nem mesmo ter nada contra elas. Andei ouvindo vozes de uma moda necessária e que se faça por vezes prática, só pra que eu diminua o dilema das escolhas, ainda que eu me sinta prisioneira da dúvida tantas vezes. Nesse exercício de mim-comigo, prometi não mentalizar a frase "Eu não tenho roupa" pra que a oração não se torne verdade na minha cabeça e cause depressão ao sujeito principal.

Se pra sair é preciso estar vestida, na hora em que estiver despida e dialogando com os cabides que nos reste os cenários que irão ilustrar os nossos passos, só para optarmos pelo sapato baixo quando ele realmente merece o papel de destaque. Foi assim que hoje eu fui de tênis...






Um click!

"Qualquer ideia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua..."
(DAS IDEIAS - Mário Quintana)

Blusa: sob medida, na costureira da minha Vovó Zuleica
Calça: Anne
Bolsa: Lidi Rodrigues
Tênis: Bunny's
Mix de colares: Atrevida
Brincos: Dona Moça
Batom: Natura Una Vermelho Matte 51 (pra usar de dia é uma maravilha, por conta do efeito fosco!)

#RESPOSTAPRALEITORA A camisa jeans de ontem comprei num "Tio" que monta uma barraca abarrotada de roupas (por isso tem que tá com o coração aberto porque demanda paciência pra encontrar peças valiosas) no Centro de Abastecimento (Feira de Santana). Achei por acaso, catei duas peças e há tempos não apareço por lá. Voltei algumas vezes, mas não achei nada de tão baphônico. Pelo intervalo de longos meses, tá na hora de voltar. 

Bjokas de café com açúcar e com afeto!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

13 vezes Amor


Acordar às pressas e sem muita vontade de caprichar nos acessórios rendeu um jeans com jeans que já adotei pra vida há tempos. Entre o relógio em que o ponteiro corria e uma lista de abacaxis coisas pra resolver, teve a parte doce de ligar pra minha Mama pra desejar Feliz Aniversário e pra deixar tão claro como todos os dias que ela é o grande amor da minha vida.

Neste 13 de agosto em que eu sou só coração pelo nascimento da minha Mãezoca, esteve na pauta fotografar mais um look a fim de que enfim, isso volte a ser um hábito. Abstraindo o excesso de luz que entra pela minha janela e pela falta de espaço no meu apê pra fazer essas fotos, eu tenho me especializado em malabarismos pra tornar essa "rotina" que escolhi por amor, um tanto mais viável.

Sem segredo, sem salto, sem esmalte e sem batom vermelho lá fui eu.





"... luxo de verdade, não é o que você pode comprar, e sim o que é capaz de escolher."
(Moda Intuitiva, Cris Guerra, p. 155).

Camisa: Comprei num brechó por R$4,00 reais, eu disse quatro reais.
Calça: Leader
Cinto: Atrevida
Bolsa: Senhoritta
Sapatilhas: Arezzo

Bjokas especiais pra Mamãe!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Mais Um.


Eu podia tá reclamando pela chegada da segunda-feira, mas não me sinto à vontade diante das novidades que tem me cercado nos últimos dias. Não é nada demais, além do fato de me sentir confortável com as obrigações que venho acumulando, fazendo elevar amores aos que eu já amava e viver em tempos de paz com alguém que as vezes me maltrata com tantas cobranças: eu mesma!

Numa fase infindável de novos olhares pra tudo o que me parece útil - inúmeras leituras, trilhares de anotações, várias e várias pesquisas pra um monte de "viagem" que só tá começando. Viagem esta que eu sei, comecei a pé e que recentemente me foi dada uma "bicicleta" pra que eu me acostume com o equilíbrio... aliado valioso pro que vem vindo.

Não fosse o dia de vento fresco e pinguinhos de chuva aqui e acolá, meu lenço de crucifixos permaneceria no armário, esperando outro momento oportuno pra dar um "oi" por aqui. Espalhafatosa que se preza e que se deixa arriscar sem no entanto se jogar num precipício, experimenta mix de estampas tantas vezes que no campo das contatações, esta sou eu: Em listras, texturas, franjas, lenços, novos livros de moda que preenchem lacunas a cada dia, Mestranda entre textos para as aulas de PERCEPÇÃO e presepadas infinitas até que se prove o contrário.






"... uma poesia moderna antiga eterna nos tempos
mas nem por isso moda...
uma poesia de vento
que ao mesmo tempo dure."
(Prece sem Pressa - Elisa Lucinda)

Camisa: C&a
Shorts: Hering
Lenço: Atrevida
Oxford: Crysalles
Bolsa: Senhoritta
Pulseiras: A preta e a nude, eu mesma fiz... as outras foram da Vitória Bijoux
Brincos: Dona Moça

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A roupa no romance


A ideia de atualizar o blog com frequência é um desejo existente na teoria e que suponho em breve se consolidará na prática, até que o andamento das aulas do Mestrado me enlouqueça. Eu não tenho saído muito de casa, aproveitando um descanso enquanto posso e organizando a vida para o início de um novo ciclo, já que não tenho a mínima noção dos caminhos que serão me dados a percorrer logo mais. Enquanto isso, vou parando pra refletir sobre as trilhas que me levaram a querer enxergar a moda por uma perspectiva social, tentando encontrar no armário e no espelho as borbulhantes referências que me empurraram pra essa realidade que até pouco tempo se dava em forma de sonho, devaneio, coisa que só acontece com os outros - comigo nunca.

Querer entender as possibilidades da moda e as entraves que caracterizam diversos estilos nesse ir e vir que está por toda parte é coisa que pode ser iniciada em casa; é exercício onde os materiais para resolver as equações estão no cabide; é abrir uma gaveta para se entender, se compreender e se deixar interpretar.

Em meio a tantas flutuações acadêmicas eu queria poder registrar - só por curiosidade - o que você pensa quando escolhe as roupas pra que te vejam por aí... ou pra fazer com que não te vejam. Eu queria saber o que te inspira e o que você descarta. Eu queria saber porque prefere branco ao invés de preto e mais do que isso... saber se pulseiras te provocam agonia ou se sair sem salto te dá menos confiança.

Umas das coisas que eu mais gosto na convivência com a moda que traço pra mim é assistir pela minha memória as tantas Helenas que eu já fui pra chegar no que me desenha agora... e nessa, eu vou trabalhando com a lúcida sensação de que eu sempre tive uma relação amorosa com o verbo "reinventar".

"É o quê?"

Tô apaixonada por essa correntinha preta com o coraçãozão. A corrente tinha um pingente que eu comecei a achar feio, aí eu tirei esse coração de um colar que eu não usava há tempos e com alicates, promovi a troca, Rs! Os fios compridos que usei pra finalizar o mix tinha um crucifixo como pingente, mas ele caiu da minha mão e se quebrou de tão estabanado que ele era.


Eu usaria mais essa saia se ela não ficasse amassada tão fácil. Porque amor por ela eu tenho.


"...Conheço o soneto
Porém tu quem és?..."
(versos de Ária para Assovio - Vinícius de Moraes)

Blusa: Lorena
Saia: C&a
Bolsa: Senhoritta
Flats: Arezzo